O Clube dos 13 personifica-se em uma associação dos maiores e mais importantes clubes de futebol do Brasil. Fundado no final da década de 80, tinha como membros treze clubes: Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, São Paulo, Santos e Vasco. Então, esse grupo pioneiro percebeu que as mudanças que estavam ocorrendo no mundo, no que se relaciona às organizações e aos negócios esportivos, precisavam acontecer também no Brasil. Com a missão definida na primeira reunião, a entidade tomou a si a defesa do futebol: "O Clube dos 13 é a locomotiva que levará adiante os ideais dos clubes e defenderá os interesses do futebol brasileiro".
No presente caso, o Clube dos Treze se comprometeu perante ao CADE a proteger e preservar as condições concorrenciais para comercialização dos direitos de captação, fixação, exibição e transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol Série A (doravante “CBFA”) nas modalidades televisão aberta, televisão fechada, pay-per-view, internet e telefonia.
Sem a participação da Globo e da Record, a Rede Tv! venceu a licitação pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro ao oferecer R$ 1,548 bilhão pelas edições de 2012 a 2015, como candidata única. Os diretores do Clube dos 13 lamentaram a inexistência de concorrência, o que poderia aumentar o valor final.
Insatisfeito com a licitação conduzida pela entidade, o Corinthians anunciou que negociaria os direitos separadamente. O time é o único que formalizou seu pedido de desligamento do Clube dos 13, mas outros grandes clubes também avisaram que pretendem negociar de forma independente.
Em comunicados oficiais, a Globo e a Record confirmaram que estão dispostas a negociar diretamente com os clubes. Em um possível confronto entre dois times com acordos com emissoras diferentes no Campeonato Brasileiro, a partida não poderia ser televisionada.
O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, entrará com uma ação na justiça para fazer valer o contrato assinado com a Rede Globo para a transmissão dos jogos da Raposa no Campeonato Brasileiro. Segundo ele, a partir de agora a solução é a criação da Liga Nacional de Clubes, que reuniria os principais clubes do país. No modelo proposto, a CBF ficaria responsável apenas pela Seleção Brasileira.“Não precisamos mais do Clube dos 13”, ressaltou o presidente celeste. Para ele, Fábio Koff não tem o poder de fechar os direitos de transmissão com qualquer emissora de televisão em nome dos clubes associados com o C-13.
“Não quero fazer parte desta confraria. Nada contra a outra emissora, mas a Globo é nossa parceira durante 25 anos e mudou a realidade dos clubes a partir desses contratos. Hoje, temos um contrato com a Globo nos moldes dos clubes da Europa. E, por politicagem do Dr. Fábio Koff, aconteceu esse racha.” - Zezé Perrella mostrou ao G1 que está revoltado com a assinatura do C-13 com a Rede TV, pelo valor de R$ 516 milhões.
O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, está magoado. Em entrevista à Rádio Guaíba, o dirigente desabafou e se disse muito frustrado pelo racha na instituição causado pela saída do Corinthians e o rompimento das principais equipes cariocas, dando a entender que deixará o cargo num futuro próximo. Mostrando-se bastante decepcionado, o presidente do C-13 relembrou a sua biografia como dirigente da instituição e ainda ressaltou que: “Hoje não existe mais contrato de preferência, há interesse de outras empresas nas transmissões”, salientou, referindo-se à decisão do CADE de barrar a exclusividade da TV Globo para a compra dos direitos.
Agora nos perguntamos:
É certa essa atitude de fechar contrato sem ao menos informar ou consultar os demais associados?
É certo dar os direitos de transmissão a uma emissora que não alcança o país inteiro ou que não tem os profissionais à altura da, até então, maior do país?
Ou essa é uma tentativa de retirar o monopólio da Rede Globo?